(Os mapas acima mostram a distribuição da terra em 1946 (à esquerda), o plano de partição da ONU (1947), as fronteiras pré-guerra dos seis dias e a situação em 2000.)
GAZA por José Saramago
GAZA por José Saramago
Já vai tarde
Não bastassem guerras, atentados terroristas, enchentes, golpes e crise financeira, ou seja, não bastasse o mundo em colapso, ainda tenho uma vida particular pra gerar preocupação. Assim, não dá!
Meu pai já dizia que “desgraça pouca é bobagem”, mas mesmo sabendo que desgraça sempre vem acompanhada, dessa vez, ela passou dos limites. Veio com toda sua gangue e resolveu fazer um verdadeiro arrastão.
O pior é a sensação de impotência diante do mundo se desmoronando a sua volta. E, não estou escrevendo isso só pensando nos acontecimentos mundo afora, estou pensando, principalmente, na minha vida.
Como ainda é possível que alguém discorde de que a vida é dor e sofrimento?
E agora?
“Filosofar é aprender a morrer”
“No dia seguinte ninguém morreu”. O cenário que o leitor depara já à primeira linha é inusitado, pois “contrário às normas da vida”: de repente, num país qualquer, simplesmente não se morre mais. O curioso é que o ocorrido, que à primeira vista poderia prenunciar um tempo feliz, ou antes, uma eternidade felizdaquelas pessoas que não mais morreriam, provoca as maiores tribulações e desarranjos; a ponto de muitos desejarem que se volte a morrer naquela terra. Com perdão do arranjo de palavras, a ausência da morte torna a vida funesta.
Amizade para Schopenhauer.
Bem, se você conhece esse autor, simplesmente não iria acreditar que ele tenha escrito algo com esse título. Então resolve conferir se não é algum tipo de brincadeira. Abre o livro e tem aquela sensação de alívio, ao se deparar com passagens como essa:
“Os amigos de casa são chamados assim com precisão, pois são amigos mais da casa do que do dono. Portanto, assemelham-se antes aos gatos do que aos cães.
Os amigos se dizem sinceros; os inimigos o são. Dessa forma, deveríamos usar a censura destes para nosso autoconhecimento, como se fosse um remédio amargo. Os amigos são raros na necessidade? Não, pelo contrário! Mal fazemos amizade com alguém, e logo ele estará em dificuldade, pedindo dinheiro emprestado”.
(em off)
É possível seguir uma religião e ser livre?
O problema da "liberdade em si" não tem sentido. Porque ele, de uma maneira inteiramente diversa, também está ligado ao de Deus. Saber se o homem é livre exige que se saiba se ele pode ter um senhor.
E o problema é bem mais grave porque, diante de Deus, há menos um problema da liberdade que um problema do mal. Conhecemos a alternativa: ou nós não somos livres, e Deus todo-poderoso é responsável pelo mal, ou somos livres e responsáveis, mas Deus não é todo-poderoso.
Já pensou sobre isso?
O que será
Caetano - O que será
Chico Buarque & Milton nascimento - O Que Será
Tá moleza (dicas de pesquisa para o texto)
A Angústia da Liberdade
SE O PENHOR DESSA IGUALDADE
CONSEGUIMOS CONQUISTAR COM BRAÇO FORTE,
EM TEU SEIO, Ó LIBERDADE,
DESAFIA O NOSSO PEITO A PRÓPRIA MORTE!
A palavra liberdade povoa poemas, hinos, músicas, pinturas e mentes inquetas à procura de uma compreensão de si e sua interação, ou como diria Sartre, seu engajamento. Falando em Sartre, algum tempo atrás, numa aula sobre esse autor, a professora Adriana Delbó propôs uma avaliação cujo fundamento era apontar os equívocos e verdades com ralação a uma afirmação sobre Sartre.
Você deve ter se perguntando: O que essa foto de mel tem a ver com a Liberdade em Sartre? Acalme-se, é simples, vou explicar.
Vamos ver então. O mel é um alimento apetíve e saboroso não é? Agora imagine a seguinte situação: Vos é oferecido um bocado de mel para comer, mas quando você decide parar de comer, sabe qual o presente que ganha? Mais mel! No mínimo essa situação causa naúsea e agústia. A liberdade é comparada ao mel, pode ser apetível às vezes, mas em alguns momentos prefeririamos que outra pessoa decidisse por nós. Mas, não temos esse poder, até mesmo quando decidimos não decidir, acabamos por decidir... na verdade, essa constitui uma tarefa solitária, onde não há desculpas.
Estamos engajados no mundo e fardados à liberdade. Sabe o que gera angústia? É saber que quando decidimos algo para nós, acabamos por oferecer uma possibilidade de ação para toda a humanidade, ou seja, minha ação é uma proposta de ação para todos os homens. Ao engajar-me engajo toda a humanidade, e isso não posso evitar.
Jamais poderei deixar de comer o mel. Ou melhor, jamais poderei deixar de escolher.
Pense nisso.
Ponto de vista, auto-explicativo de mim mesmo como eu
Filosofia, o que é?
Se existe uma questão fechada na filosofia, é que a definição de filosofia não é uma questão fechada. Desde Pitágoras, o inventor do termo filosofia, é que se vem tentando definir essa ciência e, até hoje, não se tem consenso.
De todas as definições de filosofia que vi até o momento, a que mais me chamou atenção foi a de um filósofo contemporâneo, professor de uma Universidade em Jerusalém, chamado Elie Cohen-Gewerc. O que torna a definição de filosofia desse pensador interessante é a circunstância que o leva a pensar em tal conceito. Vejamos:
Um dia, observando minha mãe limpar o chão com grande esforço, uma experiência bastante comum, minha sensibilidade – tal qual uma flor que desabrocha – me leva brutalmente a uma contradição interna insustentável, até a ruptura, ou seja, até o problema. Meu sentimento de filho me levou a uma compaixão profunda pela minha mãe, que me impulsionava a tirar a vassoura das mãos dela e continuar, eu mesmo, aquela tarefa como eu fazia antes quando corria ao seu encontro para aliviá-la do peso das sacolas da feira. Mas a sacola de frutas e verduras não é como a vassoura e o balde!
[...]
Carregar virilmente uma sacola não contradizia minha visão de macho, mas a vassoura exigia rever totalmente meu conceito de ser homem.
Como a professora do estágio dizia na aula de quarta, a filosofia nasce do susto, do impacto e diante da contradição entre aquilo que se vê, que o senso comum diz que é o certo; e aquilo que se sente, como não sendo o correto.
Sabemos que o processo de quebra de paradigmas é lento e gradual, assim nesse dia meu machismo triunfou, mas a ruptura ficou. O questionamento ficou presente e me obrigou a repensar totalmente meu ser homem, mas além dos atributos masculinhos.
No caso específico desse filósofo a quebra do paradigma só foi possível depois de muita reflexão e leitura, ele começou a dedicar-se a textos filosóficos sobre a dignidade humana.
Li alguns capítulos árduos do livro Ética de Espinosa [...]. Li também Sartre, Camus e o trabalho de Simone de Beauvoir sobre a condição da mulher ao longo das gerações.
Todas essas leituras o levaram a outro problema: meu problema era então saber se minha visão viril era uma “paixão” escravizante ou um conhecimento, base essencial de minha liberdade individual.
Ou seja, ele estava simplesmente exercendo seu direito à liberdade ao não ajudar sua mãe com a limpeza da casa, ou estava sendo escravo do conceito de homem internalizado em sua pessoa pelo senso comum? Essa é a grande questão: diante das nossas atitudes cotidianas, somos livres ou escravos?
Lembro-me ainda como aquele esforço de essência filosofia ia inundando de luz meu entendimento e como se fez clara a solução do problema: frente ao chamado de minha sensibilidade a questão não era se e quando eu devia parecer um homem-macho, mas sim em que medida eu poderia realizar meu ser humano.
O interessante é notar como o exercício da filosofia (entenda-se aqui, pensar e pesquisar) é libertador. Foi a filosofia que o tirou de sua condição de escravo do senso comum.
Entenda que esse exercício transcendeu o problema específico. A perspectiva filosófica não só me abriu caminhos adjacentes de compreensão, mas também me encheu de estímulo para ousar sair do condicionamento frágil do óbvio e das idéias inculcadas.
Bem, o fato do personagem principal dessa história ser hoje um renomado filósofo, já dá uma pista de como tudo isso chegou ao fim.
Algumas semanas depois do primeiro sinal pude me apoderar da vassoura com bastante serenidade para acalmar minha mãe, que não havia percorrido esse caminho.
E quanto ao conceito de filosofia, ao qual me referi no início, nas palavras do autor fica assim: A filosofia exige um processo no qual um toma distancia com o problema para poder compreendê-lo totalmente e ver sua implicação em nossa vida concebida como um todo. Trata-se de buscar a solução em longo prazo, trata-se de trocar a corda, se necessário.
am.
PS: Click no título e verá uma definição um pouco mais história sobre o que é filosofia.
tá tudo muito bem, tá tudo muito bom
OBS: Alguns tiraram algumas fotos, mas acho que a faixa etária do público à qual esse blog é destinado, não permite que sejam postadas aqui (entendeu, JN?).
Já abusando da boa vontade de vocês, desejo toda a felicidade do mundo para meu tio Renato que fez aniversário também na sexta e ainda não consegui falar com ele. Tio: PARABÉNS!
Ah, desculpem a demora em postar. Essa semana foi fogo. Estava fechando meu texto de TCC e não consegui fazer mais nada.
inté
am.
E por falar em literatura, voltemos à Filosofia.
Álvares de Azevedo: Quase gótico
Um dos traços marcantes de sua literatura era a temática da morte e o desejo pelo amor. Álvares fala com muita frequência de virgens puras, inalcançáveis, que causam frustração e dor (mas, na idade em que elas foram escritas, antes dos 20 anos, o que poderia passar pela cabeça dele). O sarcasmo esta bastante presente, até mesmo quando se refere a morte. Ele acreditava que a vida era um paradoxo, sentia-se impotente diante do mundo e somente a morte o libertaria dessa prisão.
Morreu aos 20 anos, vitimado por uma tuberculose e um tumor em decorrência de muitas quedas de cavalos (sua família criava cavalos... e não eram pangarés)
Uma das obras mais interessantes dele é Lira dos Vinte anos... muito bom.
De todos os escritos dele, o que mais gosto é este:
(Álvares de Azevedo)
Ultimamenente esse blog tá mais pra literatura do que filosofia
No post sobre Matrix e Platão me passou despercebido a citação de um verso do poeta Robert Frost. Bem, isso me fez lembrar um livro que li há muito tempo atrás: Outsider, vidas sem rumo de Susan Hinton.
Sabe aqueles livros que te hipnotizam e que você não consegue largar enquanto não termina? Esse é um deles. A obra conta a saga de Pony boy, um garoto que vive no subúrbio de uma grande cidade estadounidense, na década de 60. Nessa época as gangues eram moda e quase todos pertenciam a uma delas. Pony é um pré-adolescente órfão de pai e mãe e que vive com os dois irmãos mais velhos. O tema do desenvolvimento da sexualidade está subentendido em toda a obra. O irmão do meio faz, mais ou menos, o papel da figura feminina. Está sempre sorrindo, nunca tem desentendimentos com o irmão caçula e é o grande exemplo que Pony quer seguir. Porém, esse irmão, não é, digamos, um "grande exemplo" para se seguir. Ele está sempre envolvido em brigas de gangues, não trabalha e é, extremamente, irresponsável. O irmão mais velho é o extremo oposto: maduro, responsável, trabalhador, sustenta a casa e responde juridicamente pelos dois irmãos mais novos. Contudo, é bastante ranzinza e autoritário. Fazendo assim a figura masculina na formação da sexualidade do garoto
Evidentemente, Pony, entra em conflito várias vezes com o irmão mais velho e se aproxima do irmão do meio se metendo, assim, só em enrascadas. Durante uma briga de gangues é acusado de matar um garoto e é jurado de morte pelos membros de uma gangue rival, além disso, é procurado pela polícia. Junto com um amigo, foge para um lugar distante e lá travam um diálogo sobre suas vidas e suas realidades. E é, em uma dessas conversas, que Pony cita um poema de Frost. Ele diz que ainda não consegue entender o significado, mas sente que aquilo resume sua existência. O trecho é o seguinte:
“O primeiro verde da natureza é o dourado,
para ela o tom mais difícil de fixar.
Sua primeira folha é uma flor,
mas só durante uma hora e então folha se rende a folha.
Assim o Paraíso afundou na dor,
assim a aurora se transforma em dia.
Nada que é dourado fica.”
Muita coisa acontece e Pony só vai entender o significado dessa poesia já quase no final da obra. É interessantíssima a analogia com sua existência e o insight que ele tem, no que diz respeito à relação dele com os dois irmãos, especialmente com o irmão mais velho. Nesse momento, o “ grande exemplo” de Pony muda de figura.
O livro é excelente e recebeu diversos prêmios. Um fato curioso é que a autora o escreveu quando tinha apenas 17 anos de idade. A história foi transformada em filme por Hollywood, mas nunca encontrei na internet, nem nas locadoras. Também não sei se o título foi conservado no filme. Se alguém souber onde posso encontrá-lo, por favor, me diga.
am.
Mas ao menos fica a amargura do que nunca serei
Toda a paz da natureza sem gente vem sentar-se a meu lado
Poesia no 020 Universitário...
Esse blog possui um decreto. Aqui não prendemos pensamentos, não os mandamos voltar aos subúrbios... os acolhemos, aparamos suas arestas, debitamos um pouco de crédito, e os apresentamos ao mundo. Enfim, eu estava indo para a universidade, em um dos poucos dias frescos desse ano, ouvindo U2 e de repente me veio algo à mente... transcrevi.
Lampejo
Caminhei febril por dunas caudalosas;
Fitei pensamentos errantes;
Excitei-me ao ver sol da liberdade;
Naveguei por mares tempestuosos;
Enfrentei as serpentes das consciências humanas;
Experimentei os gélidos corações desesperançosos dos que nunca gozaram,
Nem o orgasmo dos deuses, nem os suspiros dos homens que amam com desejo
E desejam com volúpia.
Pude enfim entregar-me, enamorar-me com aquela que esperou desejosa minha face em seu peito reclinar,
Oh morte, dela sentir o último beijo, dela experimentar o primeiro beijo...
até
Jn
A crise já chegou...
SCHOPENHAUER IN LOVE
am.
É NOIS NA FITA
Os dois textos que postamos aqui sobre as eleições americanas foram publicados de forma condensada no jornal O Popular dessa sexta-feira, 07/11, na coluna Carta dos Leitores.
Não é preciso correr para as bancas, pois, só aqui no blog temos os dois textos na íntegra! óoooo
am.
AVISO AOS NAVEGANTES
Ainda inspirado pela eleição de Obama
Mas não são apenas os EUA que cometem essas mancadas, nenhum país está livre disso. A França, berço dos ideais socialistas, recentemente elegeu um quase neo-nazista para presidente, o Sr. Bruni ou será Sarkozy? Não lembro quem é a esposa de quem lá no palácio do Elíseo. A Espanha tinha, até pouco tempo, o Aznar como primeiro ministro; a Itália acabou de eleger Berlusconi, que conta com a oposição até da própria filha; a Rússia decidiu não por fim a era Putin e elegeu um ventríloquo como presidente, ou será que não? Não dá pra confiar nas eleições por lá, mas que o herdeiro do Putin é o novo presidente, isso é fato; entre outros inúmeros casos na Europa.
Na América Latina não é diferente. Aqui temos Chávez na Venezuela, O casal peronista Kirchner na Argentina, os “presidentes de estimação” dos americanos no México; Fidel em Cuba e Rafael Correa no Equador.
E o Brasil? É, por aqui também já foram eleitos cada peça... Só pra citar os mais recentes, temos: o caçador de marajás, Collor; o dono do Maranhão, Sarney e o Farol de Alexandria, vulgo FHC; e tudo indica que daqui a dois anos teremos mais um nome nessa lista, o do Sr. Burns, aliás, do Serra.
E se fossemos falar dos “lideres” locais do Brasil? Ixi, esse post seria o maior da internet, pode apostar. Mas vou citar alguns que eu lembre de cabeça, sem pesquisa. Começo pela família Sarney, no Maranhão, que se estendeu até o Amapá; tem a família Gomes e Jereissati no Ceará; os Amim, em Santa Catarina, os Garotinhos, no Rio; os Carlistas na Bahia e os Maltas (família não se escolhe), onde se inclui o Collor, em Alagoas. Tem a dona Vilma no Rio Grande do Norte, o Serra e o seu filho mais velho, o Kassab em São Paulo (por lá tem um monte Quércia, Jânio, Maluf...); tem a Yeda no Rio Grande do Sul, Marconi em Goiás, etc. etc. etc.
Ah, cansei. Mas acho que deixei o recado!
Não. Nem nós.
Assim como todo o mundo, este blog estava na torcida por uma vitória de Obama. Que, felizmente, aconteceu. Na verdade, este blog estaria na torcida de qualquer outro candidato democrata. Como era o Obama este candidato, torcíamos por ele. Se ele fosse o candidato republicano certamente estaríamos contra sua candidatura. É claro que esse cenário (o de um negro ser candidato pelo partido republicano), é mais que improvável. Acho que não preciso citar as razões para se repudiar qualquer candidatura republicana, é só acompanhar os noticiários para se entender.
É muito bom ver a história acontecendo com os olhos. Obama, um negro de 47 anos, de origem africana e mulçumana, sendo eleito o presidente da nação mais poderosa e uma das mais conservadoras do mundo, que, até bem pouco tempo, obrigavam os negros a entrarem em suas universidades em grupos para que não fossem atacados, que assassinaram o presidente que deu direitos civis aos negros e que consideram todo mulçumano um terrorista.
Mas acho que isso, ainda, poderia ser melhor, se ele estivesse escolhido a Hillary como vice. Imagine o impacto disso para os “puritanos” estadunidenses, a chamada direita religiosa e para o mundo. Seria algo jamais visto, um negro e uma mulher no comando de uma nação do porte dos EUA. Adoraria ser testemunha desse fato histórico. Mas, por ora, está bom assim.
Apesar de ter sido “acusado” de socialista pelo outro candidato durante a campanha, Obama está a anos luz de o ser. O que, em minha opinião, é lamentável. Mas o simples fato dele não dividir o “resto” do mundo entre mocinhos e bandidos, como o atual presidente, o Bush filho, faz, já é um grande avanço. Ao que parece Obama adota o princípio do diálogo, independentemente das crenças dos outros países. Já McCain, não seria um grande avanço nesse sentido, uma vez que para ele, que combateu no Vietnã durante a guerra fria, a Rússia é a grande vilã do mundo.
A eleição do democrata tem todo um caráter simbólico por trás. Depois de pouco mais de quarenta anos das conquistas civis que os negros tiveram por lá, isso à custa de muito sangue derramado, um negro chega à presidencia. O que é fantástico! Isso trás um pouco de esperança no futuro, de que as coisas podem melhorar.
Agora a torcida é outra. Torcemos agora para que Obama não enterre nossa esperança como fez o PT no Brasil; que ele entenda o recado e não nos decepcione. Os votos americanos e a torcida dos não-americanos por ele foram um sinal de que o povo de lá, assim como todo o mundo, quer mudanças. Chega de guerras, chega de poluição, chega de injustiças sociais, chega de especulação...
COMPLEXO DE ÉDIPO
Será esse blog meu novo vicío?
Matrix e Platão
O oráculo, as consultas e a epígrafe comum entre o Templo de Delfos e a casa de subúrbio de Matrix, não deixam dúvidas sobre a pretensão dos irmãos Wachowski. O diálogo entre o Oráculo e os tripulantes da nave Nabucodonosor é socrático. As respostas são elusivas e provocam mais dúvidas do que certezas. A sabedoria de Delfos pode ser captada nos diálogos e nas imagens. Nada em excesso é uma das lições: Pegue um biscoito, o Oráculo diz a Neo, e não pegue alguns biscoitos ou pegue quantos biscoitos seu coração desejar. Neo não é “o” Escolhido – ele tem que se tornar “O Escolhido”. Dependerá dele, e somente dele, esta transformação. Neo precisa auto-conhecer-se.
Irwin lembra outro grande momento da filosofia grega: o mito platônico da caverna. A prisão pra a mente, citada por Morpheus no diálogo com Neo, é a imagem do prisioneiro da caverna platônico. Tanto na Matrix como na caverna os prisioneiros não sabem que são prisioneiros e nem desconfiam que exista outra realidade além daquela em que vivem. Um dia, porém, um deles é libertado das correntes e levado ao mundo exterior e, sob a luz do sol, vê as coisas como elas realmente são. Em vez de egoisticamente permanecer lá fora, o prisioneiro volta para contar aos outros, que retribuem seu gesto de bondade com zombarias e resistência, acreditando que ele ficou louco.
Sócrates, professor de Platão, é a figura do prisioneiro que volta, é estigmatizado como louco e morre por não querer voltar ao mundo da ilusão. Há um paralelo com a história de Neo, que um dia se liberta de Matrix para vislumbrar “o deserto do real”. A filosofia platônica do contraponto entre o conhecimento e a realidade, entre a matéria e a forma, a percepção pelo intelecto e pelos sentidos, perpassam por todo o filme. Neo também aprende que o intelecto é mais importante que os sentidos. A mente é mais importante que a matéria. Quando a Platão, o físico não é tão real quanto a Forma; por isso, para Neo, “não existe colher”. A forma – o ideal platônico – é representada pelo déjà vu. E o “déjà vu” não é evidência de uma falha na Matrix, e sim uma recordação (anamnesis) das Formas.
Ao escolher a pílula vermelha, Neo segue o caminho menos percorrido, o caminho da audácia e da inconformação. Irwin lembra o poema de Robert Frost: Escolhi o caminho menos percorrido / E isso fez toda a diferença. Escolher é o verbo predileto de Morpheus
SERÁ QUE AS COISAS SÃO COMO VOCÊ ACHA QUE SÃO?
DICA
Exite um blog bem divertido que conta algumas "curiosidades" da história da filosofia, entre outras coisas.
O endereço é http://peri-patetico.blogspot.com
O blog é de uma amiga nossa. Podem chamá-la de Sofista. É bem legal, confiram.
Inté
am.
BONITO ELE NÃO É...
A obra mais importante desse filósofo é o Mundo Como Vontade e Representação, onde, a exemplo de seu contemporâneo Hegel, ele tenta explicar tudo. Pretensioso ele, neh? Nessa obra, que é interessantíssima, ele apresenta a sua tese mais conhecida, o principio de dualidade. Para ele, a vida é resultado do eterno conflito entre o amor e a morte.
Inté
AH, O AMOR!
Galera, abaixo vai o link de um video do youtube sobre o amor no pensamento de Shopenhauer. É bem interessante, vocês vão gostar. O apresentador usa uma linguagem bem coloquial (que todo mundo entende) e exemplos do nosso cotidiano. Por exemplo, ao tentar explicar a tese de Schopenhauer de que o impulso de vida é que coordena o amor, o apresentador vai para uma danceteria perguntar às pessoas o motivo delas estarem lá. Reparem que todas as respostas confirmam a tese do pensador.
É muito interessante, dá uma conferida: http://www.youtube.com/watch?v=ECBYkBlnQag&feature=related
Letra A, vamos começar...
Pois é, baita domingão a noite, eu poderia estar vendo Faustão, Gugu, ou qualquer outra coisa de mal gosto na TV e, no entanto, estou aqui estreando nosso blog. Só espero que meu "sacrifício" não seja em vão.
Acho que preciso me apresentar. Meu nome é Atílio e sou estudante de filosofia da UCG. Isso mesmo, você não leu errado. Sou estudante de filosofia. Nem todos querem ser médicos ou advogados, sabiam? Alguns, como eu e o Neto, simplesmente escolhemos estudar para sermos desempregados. Aliás, profissionais do ócio. É mais chique! Jamais me perguntem o motivo de ter escolhido esse curso, pois, irei responder como Sócrates: Só sei que nada sei. Ou melhor, não sei se nada sei. Vai entender!
Mas apesar dos incontáveis e quase incontornáveis empecilhos em se estudar filosofia, eu gosto. É difícil, mas é prazeroso. No início da vontade desistir, pois, assim como disse Fernando Pessoa, pensar incomoda como andar na chuva, mas acaba-se tomando gosto pela coisa.
Acho que para o primeiro post tá bom. Que tal nos apresentarmos? Embaixo deste texto deve ter um link com o título de comentários. Clica lá e nos diz aí quem é você, o que gosta de fazer, o que te chama atenção na filosofia e o que mais você quiser.
Já volto com outro post sobre a aula do dia 03/11.
Inté