Não. Nem nós.




Não poderíamos ficar de fora da “onda” Obama. Bem que gostaria de ter escrito algo antes dos resultados das eleições estadunidenses, mas não deu tempo (desculpem se tenho uma vida para cuidar!).

Assim como todo o mundo, este blog estava na torcida por uma vitória de Obama. Que, felizmente, aconteceu. Na verdade, este blog estaria na torcida de qualquer outro candidato democrata. Como era o Obama este candidato, torcíamos por ele. Se ele fosse o candidato republicano certamente estaríamos contra sua candidatura. É claro que esse cenário (o de um negro ser candidato pelo partido republicano), é mais que improvável. Acho que não preciso citar as razões para se repudiar qualquer candidatura republicana, é só acompanhar os noticiários para se entender.

É muito bom ver a história acontecendo com os olhos. Obama, um negro de 47 anos, de origem africana e mulçumana, sendo eleito o presidente da nação mais poderosa e uma das mais conservadoras do mundo, que, até bem pouco tempo, obrigavam os negros a entrarem em suas universidades em grupos para que não fossem atacados, que assassinaram o presidente que deu direitos civis aos negros e que consideram todo mulçumano um terrorista.

Mas acho que isso, ainda, poderia ser melhor, se ele estivesse escolhido a Hillary como vice. Imagine o impacto disso para os “puritanos” estadunidenses, a chamada direita religiosa e para o mundo. Seria algo jamais visto, um negro e uma mulher no comando de uma nação do porte dos EUA. Adoraria ser testemunha desse fato histórico. Mas, por ora, está bom assim.

Apesar de ter sido “acusado” de socialista pelo outro candidato durante a campanha, Obama está a anos luz de o ser. O que, em minha opinião, é lamentável. Mas o simples fato dele não dividir o “resto” do mundo entre mocinhos e bandidos, como o atual presidente, o Bush filho, faz, já é um grande avanço. Ao que parece Obama adota o princípio do diálogo, independentemente das crenças dos outros países. Já McCain, não seria um grande avanço nesse sentido, uma vez que para ele, que combateu no Vietnã durante a guerra fria, a Rússia é a grande vilã do mundo.

A eleição do democrata tem todo um caráter simbólico por trás. Depois de pouco mais de quarenta anos das conquistas civis que os negros tiveram por lá, isso à custa de muito sangue derramado, um negro chega à presidencia. O que é fantástico! Isso trás um pouco de esperança no futuro, de que as coisas podem melhorar.

Agora a torcida é outra. Torcemos agora para que Obama não enterre nossa esperança como fez o PT no Brasil; que ele entenda o recado e não nos decepcione. Os votos americanos e a torcida dos não-americanos por ele foram um sinal de que o povo de lá, assim como todo o mundo, quer mudanças. Chega de guerras, chega de poluição, chega de injustiças sociais, chega de especulação...


Inté


A.

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