SCHOPENHAUER IN LOVE


Estava outro dia pesquisando sobre Schopenhauer e descobri dois fatos interessantes da sua biografia. O primeiro é sobre sua relação com a mãe, a Dona Johanna H. Trosiener. Não se preocupe se você não consegue pronunciar, quase ninguém consegue, inclusive eu. Bem, a D. Johanna (fica mais fácil sem o sobrenome) era uma senhora muito culta e muito inteligente, amiga de gente importante como Goethe e que não gostava do filho. Isso mesmo. Nem o filho gostava dela. Os dois brigavam constantemente e mesmo quando o pai de Schopenhauer morreu e a sua mãe mudou-se para outra cidade para estabelecer um salão literário, as coisas não melhoraram. O ápice de tudo foi quando o filósofo publicou sua tese de doutorado, Sobre a Quádrupla Raiz do Princípio de Razão Suficiente. Sua mãe veio a público e desmereceu o trabalho, dizendo que sua tese não passava de um tratado sobre "farmácia". Eu nunca li essa tese, nem deve ter trazida em português e confesso que esse título é esquisito, mas ninguém merece uma mãe assim! Não é?


O outro fato curioso é que, Schopenhauer, já idoso se apaixonou por uma jovem de 17 anos. Até aqui nada demais, isso acontece todo dia. O interessante vem agora. Certo dia, ele chamou a jovem para um passeio a barco em um lago. Para tentar impressionar a moça ele começou a falar da sua filosofia. Conversa vai, conversa vem, ele viu que a jovem já estava entediada. Então, como última cartada ele resolver fazer, digamos, um gesto romântico: ofereceu-lhe um cacho de uvas se virou e a pediu em namoro. Quando olhou novamente viu que a moça já tinha chupado todas as uvas. Imagino que ele deva ter ficado todo esperançoso. Mas ouviu um belo não como resposta. Anos mais tarde após a morte do filósofo, foram pesquisar e descobriram o diário da moça que relatava aquela tarde como um suplício e que havia jogado o cacho de uvas no lago por nojo delas terem passado pelas mãos do velho Schopenhauer. Exatamente com essas palavras.


Ainda bem que ele morreu sem saber dessa história.

am.

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