SITPASS

Nunca consegui entender como as empresas de ônibus coletivo em Goiânia conseguiram implantar esse modelo de embarque e desembarque chamado sitpass, no sistema de transporte coletivo da capital. Como conseguiram colocar milhares de cobradores na “rua”, debaixo do nariz dos nossos governantes e, pior, debaixo do nariz de toda a sociedade e ninguém fez, absolutamente, nada para impedir. Governo estadual e municipal, ministério público, sindicatos, sociedade civil, você, eu; ninguém fez nada.

Concordo que as mudanças, trazidas pela tecnologia, melhoraram e melhoram nossa qualidade de vida. Mas, infelizmente, não é o caso desse sistema. Ou alguém enxerga alguma melhoria em ficar espremido no pequeno espaço da cabine do motorista, esperando chegar ao terminal e pagar pelo absurdo de dois reais, por uma viagem que não se compara a transporte de animais como porcos ou vacas. Talvez, só se comparando ao transporte de escravos, no período colonial e dos tempos de império. Hoje, mesmo, fui testemunha de um caso em que um passageiro passou de seu ponto destino e teve que ir até o terminal, por não possuir o cartão de embarque.

Mas a grande ironia desse sistema, é que a tradução do inglês de sitpass é algo como, pagamento por um assento (banco), ou algo próximo disso. Justamente o que tal sistema não propicia.

Os problemas do transporte coletivo em Goiânia não são de hoje. Entra governo, sai governo e nenhuma solução é encontrada. Fica a impressão da falta de interesse, por parte dos governantes, em resolver e que há algo mais por trás desse desinteresse. Quando, esporadicamente, a população ensaia algum tipo de manifestação ou revolta, logo se apressa em tomar atitudes “tapa-buracos”, que remediam, por determinado tempo o problema. Com o intuito de acalmar a população. Mas nunca se tenta resolver de uma vez por todas esse serviço que, juntamente com o transito, sem dúvida, é o calcanhar de Aquiles da cidade.
am.

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