Ensaio Sobre a Cegueira.


“Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

"Este é um livro francamente terrível com o qual eu quero que o leitor sofra tanto como eu sofri ao escrevê-lo. Nele se descreve uma longa tortura. É um livro brutal e violento e é simultaneamente uma das experiências mais dolorosas da minha vida. São 300 páginas de constante aflição. Através da escrita, tentei dizer que não somos bons e que é preciso que tenhamos coragem para reconhecer isso."

Palavras de José Saramago, na apresentação pública do seu romance Ensaio sobre a Cegueira.

O homem caminha na confiança de que a ordem em que vive, a ordem mundo, sempre permanecera, sempre permanecerá alicerçada em padrões, convenções criadas pelo próprio homem. Mas quem somos nós? Somos tão frágeis como qualquer outro animal. O livro “Ensaio sobre a Cegueira” de José Saramago (único escritor de língua portuguesa a ganhar um Nobel de Literatura), aponta para algo desolador para nossa existência; estamos perdendo a capacidade de enxergar. Cada vez mais, somos lançados num estado anestésico, olhamos para o mundo, mas não reparamos em nada. A não ser naquilo que é frágil e construído por nós mesmos, já não reparamos mais nas coisas essenciais, elas nos escapam. O livro mostra o quanto a estrutura que rege nossa sociedade é efêmera. Diante de uma surto de cegueira, a sociedade se degrada, desmorona, a moral se esvai e o que resta é o simples e básico desejo de sobreviver. Somos bons? Somos maus? Não perguntamos! A resposta nos é apavorante.

Uma ótima dica de leitura.

Para quem gosta de cinema e tem coragem de se aventurar fora dos blockbusters, Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado por Fernando Meirelles e já está nas locadoras de todo Brasil.
o título do post é um link para o site do filme.

BEM-VINDO 2009


Depois de algum tempo sem atualizações, eis que estou de volta.

Dizem que aqui, no Brasil, o ano só começa depois do carnaval. É mais ou menos isso; não deixa de ser uma verdade, pois o ano só começa a entrar na normalidade em fevereiro, mas, ao contrário do que essa afirmação maldosa quer deixar subentendido, não ficamos dezembro e janeiro no ócio, descansando para o carnaval. Minha teoria é que nós, brasileiros, criamos a cultura do final/inicio de ano; criamos compromissos especiais para essas datas. Por exemplo: já reparou que a maioria das pessoas prefere se casar no fim de ano? Que os congressos, seja de trabalho, seja sindicais ou estudantis, só acontecem em janeiro? Que os encontros de família são sempre em um desses meses (não estou me referindo ao natal)? Que aquele curso que precisamos fazer durante o ano, vira um intensivo no mês de janeiro? Que aquela viagem, entre amigos ou família, que deveria ser em julho, sempre fica para o recesso de final/início de ano, pois alguém não conseguiu férias no meio do ano?

Dezembro, janeiro e fevereiro não são meses perdidos. Ao contrário, talvez sejam os mais ativos do ano, pois temos que fazer nesses três meses aquilo que não foi possível fazer durante todo o ano.

Como você já deve estar desconfiando, tudo isso acima é simplesmente para justificar minha ausência aqui do blog. Esses meses são bem puxados e meu tempo livre, que já era escasso, desaparece.

Mas agora o ano já começou e vamo que vamo!
am.

Israel: O Deus impiedoso.

"Não queremos que incidentes desse tipo aconteçam e lamento. Mas o Hamas atirou a partir de uma dependência da UNRWA", declarou Olmert, durante um encontro com o secretário-geral das Nações Unidas, Ban Ki-moon, em viagem pela região, como parte das discussões para um cessar-fogo na Faixa de Gaza.O ataque ao prédio da ONU, fortemente criticado, destruiu a ajuda humanitária que tinha entrado na Faixa de Gaza nos últimos dias, após os depósitos das Nações Unidas onde o auxílio estava armazenado serem atingidos pelos bombardeios israelenses. "A comida que entrou em Gaza nos últimos dias está pegando fogo", disse, em Gaza, o porta-voz da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA), Adnan Abu Hasna, em declarações ao "Canal 10" da televisão de Israel.Uma grande coluna de fumaça branca, primeiro, e preta, depois, por causa do combustível queimado, era vista esta tarde sobre a Faixa de Gaza, depois que pelo menos um projétil de tanque israelense atingiu de manhã os depósitos da ONU. Ataque contra agênciaDois jornalistas palestinos ficaram feridos nesta quinta-feira em um ataque aéreo israelense contra uma sede da agência da ONU para os refugiados palestinos (UNRWA) em Gaza, afirmou um porta-voz da organização. O complexo era o centro de operações de vários meios de comunicação árabes e ocidentais. O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, se disse "escandalizado com o bombardeio israelense" contra as instalações da principal agência da ONU de ajuda aos palestinos em Gaza. Ataques são mantidos nesta quinta-feira na Faixa de Gaza / AP Mais tarde, o próprio Ban afirmou que o ministro da Defesa de Israel, Ehud Barak, pediu desculpas pelos disparos feitos."O ministro da Defesa me disse que foi um grave erro e que levou isso muito a sério. Ele me garantiu que será dada atenção extra às instalações e funcionários da ONU, e que isso não irá se repetir", disse Ban.

para acessar a reportagem na integra, clicar no titulo do post.
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É notória a incompetência da ONU na mediação e resolução de conflitos, mas isso já demais.
Não inseri esse posto como quem anuncia uma novidade, mas como forma de protesto, de indignação pela ousadia de Israel. A história afirma e reafirma páginas e páginas de fatos que lamentamos e expomos em memoriais e exposições, como a Primeira e Segunda Grande Guerra, o holocautro, Vietnã, África do Sul, mas de que vale a historia se ela não nos faz melhores do que fomos; do que vale lamentar os absurdos dos nossos pais se esses absurdos continuam a acontecer... nada acabou. Não é ser pessimista, mas creio que nunca tivemos um minuto de paz.
Vemos a hipocrisia de norte a sul do planeta; vemos um Bush dizer que não certa a ofensiva a Gaza, mas ao Afeganistão foi, Vemos um Israel que se faz um Deus do antigo testamento, como
brilhatemente é dito no post anterior. Enquanto Israel brinca de Deus, centenas de milhares de pessoas estão em Gaza, definhando uma guerra que não é deles.

Desculpe se este post não foi escrito com o rigor que se deveria, mas o mesmo foi redigido no rítimo da minha indignação.

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